A montagem da peça Visceral, texto da mineira Nanna de Castro (Bala na Agulha, 2014; Eu te darei o céu- Kikito, 2005), foi contemplada dentre mais de quatrocentos projetos no Prêmio Zé Renato e ganhará uma versão em formato de instalação a cargo da Inmersivus com direção imersiva de Paulo Gabriel, pesquisa e iniciativa de Chica Portugal, direção cênica de Dan Rosseto e produção de Edinho Rodrigues.
O espetáculo terá temporada nos meses de setembro e outubro de 2019, no Estação Satyros, no centro da Cidade de São Paulo.
Visceral trata-se de um thriller psicológico com boas pitadas de humor. A obra teatral imerge no processo criativo do artista mote, fazendo uma análise sobre o fazer arte contemporânea x clássica, através de um prisma ficcional que trafega por caminhos como a barbárie; as doenças mentais e físicas; a Cracolândia ; e a Dependência Química.
A instalação se projeta em 2 eixos narrativos: ao entrar no espaço as pessoas trafegarão no eixo imersivo, onde encontrarão uma exposição de obras de arte com partes interativa e um happening; na sequência o eixo teatral como espetáculo dramatúrgico em si.
A história se projeta numa trama de camadas ágeis e múltiplas, deixando o espectador intrigado e incerto quanto a quem deve acreditar. A abordagem proposta gerará uma experiência sensorial, provocando uma leitura ampliada na história e personagens.
“João Gabriel (Paulo Gabriel) é um artista plástico da nova e atual safra de criativos. Fará uma individual de suas novas obras e ainda lançará um livro sobre sua breve história de vida e carreira meteórica. Em seu ateliê, recebe o ácido crítico Jordão (Joca Andreazza) para uma entrevista reveladora e assustadora. Durante a entrevista João Gabriel revela seu bizarro processo criativo, realizado com o auxílio diário da doce Alice (Iara Jamra), sua protetora e segunda mãe. Dentre tantas obras, João titubeia ao conhecer Angélica (Chica Portugal), uma usuária de drogas, que move os instintos mais profundos do artista, travando uma luta interna para poupar a jovem do seu lado mais desumano e cruel’’.
É possível observar por meio da dramaturgia que os personagens, apesar de serem ficcionais, possuem parâmetros embasados em seres humanos reais, com suas idiossincrasias e relevâncias. São pessoas comuns que podem estar ao nosso lado no escritório, no trânsito, na sala de aula etc., mas que possuem uma complexidade de emoções e reações não tão coerentes com o equilíbrio e a harmonia social que são colocadas em prática de formas surpreendentes no cotidiano, sem ao menos deixar pistas.
O projeto ainda discute a questão do corpo na sociedade, resultante das nossas referências, prazeres, repressões, saúdes e doenças. Como criar um antídoto a um sistema que coisifica nossos corpos, banaliza nossas vontades, subestima nossa inteligência em imagens falsas, estereotipadas e apelativas.
Para dar vida a esta vivência, um time de criadores de ponta foi selecionado. O projeto conta com Beto França (Prêmio Avon Color de maquiagem 1997-teatro, 2003-teatro e 2004-cinema) na caracterização cênica; Ricardo Severo (Prêmio Shell 2014- trilha sonora) na trilha sonora e efeitos sonoros; Wagner Pinto (Prêmios Shell/2015) no desenho de luz; no figurino Mila Reily; Kleber Montanheiro na cenografia; na preparação corporal Fernando Vieira e na preparação vocal Madalena Bernardes.
SINOPSE
João Gabriel, um artista plástico da atual safra de criativos faz uma exposição de lançamento de suas obras e lança um livro autobiográfico. Avesso ao contato social, vive recluso em um casarão na Cracolândia. Sua marca registrada são as cores que trafegam entre o vermelho, laranja, marrom e roxo, além de uma estranha textura presente em suas telas. Suas obras são fortes e primitivistas, que retratam normalmente rostos e pedaços de corpos humanos, suas vísceras, associados ao ambiente urbano, sempre com um grau de realismo. O renomado Jordão, crítico de arte, de difícil trato busca uma entrevista com o tal artista do momento. João Gabriel acaba por apresentar seu processo criativo ao crítico de forma visceral e induz o famoso jornalista a vivenciar seu processo criativo. Seu lado psicológico conturbado é controlado pela solícita e segunda mãe, Alice que o mantém em constante estado de vigília. Entre seu processo criativo, João titubeia ao conhecer Angélica uma usuária de crack que move os instintos mais profundos do artista, e que luta contra sua fúria para poupar a jovem do seu lado mais desumano e cruel. Tudo isso se entrelaça numa obra teatral, intermídia, entre o que é real e o que é ficção. E para ampliar esse efeito a obra teatral é realizada dentro de uma instalação itinerante, que mescla vertentes artísticas para potencializar o impacto no público.
コメント